
As Bandas de Música de Minas Gerais são organizações culturais portadoras de saberes e formas de expressão profundamente vinculadas à vida social do estado, com ampla presença em centros urbanos e, sobretudo, em pequenas cidades e vilarejos do interior. Originadas de formações musicais de matriz colonial, estruturam-se majoritariamente a partir de instrumentos de sopro e percussão, configuração que se mantém ao longo do tempo, ainda que atravessada por adaptações contemporâneas. Mais do que agrupamentos musicais, as bandas configuram-se como espaços de formação, sociabilidade e expressão coletiva, desempenhando papel central em festas religiosas, eventos cívicos e celebrações comunitárias. Conhecidas também como filarmônicas, liras ou sociedades musicais, reúnem músicos de diferentes gerações e promovem a aprendizagem musical de forma comunitária e acessível, sendo, em muitos municípios, o principal espaço de iniciação à prática musical. A trajetória das Bandas de Música em Minas Gerais está entrelaçada à formação social, cultural e política do estado, às culturas negras e populares e às estratégias comunitárias de afirmação cultural. Sua permanência, mesmo diante da escassez de recursos e da descontinuidade de políticas públicas, evidencia sua relevância simbólica e social. Em 22 de novembro de 2025, o Conselho Estadual de Patrimônio Cultural de Minas Gerais (CONEP-MG) deliberou por aclamação pela inscrição Bandas de Música de Minas Gerais nos livros de Saberes e Formas de Expressão do patrimônio cultural imaterial mineiro.
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