O Iepha/MG realizou nos dias 13 e 14 de outubro, uma construção compartilhada de saberes junto aos trabalhadores do Cemitério do Bonfim, através do inventário cultural participativo. A atividade educativa envolveu a gerência de difusão e educação para o patrimônio cultural, da Diretoria de Promoção e a gerência de identificação e pesquisa, da Diretoria de Proteção e Memória, teve por objetivo compreender, através dos saberes dos profissionais, a percepção deste lugar que é referência cultural de Belo Horizonte, indicando a importância dos ofícios ligados ao sepultamento, a valorização das memórias individuais e coletivas e seus sentidos simbólicos, trazendo ao centro o olhar dos trabalhadores na discussão do cemitério como um patrimônio cultural.

Inaugurado em 1897, o Cemitério do Bonfim está ligado à construção da capital mineira, tornando-se, ao longo do tempo, um local de expressão da arte cemiterial em torno do trabalho das marmorarias e das obras escultóricas e sobretudo, um espaço de memória social, a partir da histórias das famílias sepultadas que participaram ativamente do cenário político, cultural, religioso,  artístico de BH.

O Edifício do Necrotério, uma das primeiras construções projetadas pela Comissão Construtora da Nova Capital, foi tombada pelo Iepha/MG em 1977 e, em 2010, o Instituto realizou o Inventário do Acervo de Estruturas Arquitetônicas e Bens Integrados do Cemitério do Bonfim. Portanto, a percepção dos trabalhadores atuais veio acrescentar uma camada fundamental na compreensão deste bem cultural, sendo possível caracterizar a ocupação do espaço e entender sua construção simbólica e artística, enfatizadas pelas narrativas.

 

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