Processo licitatório foi concluído pelo Iepha-MG nesta terça-feira (24/11), e valor investido será de R$ 200 mil.

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) concluiu nesta terça-feira (24/11), o processo licitatório para contratação de empresa especializada para a restauração do retábulo do Sagrado Coração de Jesus da antiga matriz de Belo Horizonte — chamada de Igreja Matriz da Boa Viagem de Curral Del-Rey — que atualmente está instalado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem.  

 

O Projeto Executivo para restauração prevê a imunização contra cupins, a revisão e substituição de peças estruturais ineficientes, recomposição do fundo, fôrro do camarim e coroamento, limpeza e reintegração da camada pictórica e douramento. O valor do investimento é de R$200.000,00 (duzentos mil reais), recurso de emenda parlamentar de autoria do deputado estadual Bruno Engler. 

O retábulo é um remanescente da antiga matriz, provavelmente datado de fins do século 18, possui características do rococó mineiro, com ornamentação em talha dourada representando rocalhas, folhas de acanto, rosas e outros elementos fitomorfos sobre fundo branco.

Retábulo

O retábulo do Coração de Jesus é de madeira pintado de branco com douramento. O corpo é composto externamente por duas colunas jônicas, marcadas no seu terço inferior por estrias em diagonal. Duas pilastras com forma de duplo modilhão e dispostas em plano recuado estão localizadas internamente. No camarim, o trono escalonado recebe uma réplica em madeira da imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem. No coroamento, o arco do camarim é encimado por dossel sustentado por elemento contracurvado inserido em arco superior e arrematado por entablamento retilíneo. As plumadas das colunas externas são arrematadas por fragmentos de cornija. Este retábulo esteve no Museu Abílio Barreto até 1999, quando foi restaurado e transferido para o coro da igreja da Boa Viagem. 

Histórico da Catedral

A Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem passou por várias construções e demolições, a última intervenção aconteceu em 1931 e foi projetada pelo escritório do arquiteto Luís Signorelli. O tombamento estadual da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem foi realizado em 1977 com inscrição no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e paisagístico, no Livro do Tombo de Belas Artes e no Livro do Tombo Histórico, das obras de Artes Históricas, e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.

O tombamento abrange a catedral e a praça que a circunda, os bens que compõem o seu interior como a Imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, o lavatório da sacristia, a pia batismal, a custódia do Congresso Eucarístico Nacional e os três retábulos da antiga matriz e os dois sinos da catedral, remanescentes da antiga Matriz da Boa Viagem.

A catedral passou por diversas obras, como a retirada do pórtico original em 1949, a inserção do relógio da torre em 1951. A última intervenção aconteceu em 1994 com a restauração dos jardins, conforme projeto paisagístico de recomposição dos gramados, recuperação do piso e criação de praças internas com bancos de ferro e madeira, implantação de nova iluminação e sistema de irrigação.