Patrimônio azulejar contemporâneo brasileiro foi a pauta do encontro

O Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) promoveu, nos dias 13 e 14 de dezembro, curso de capacitação sobre restauração dos bens culturais do patrimônio azulejar contemporâneo brasileiro, como parte do Programa de Capacitação de Recursos Humanos-PCRH, promovido com financiamento da FAPEMIG. A responsável por administrar o curso, Eliana Mello, é bacharel em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia – UFBA.

 

O treinamento buscou percorrer a história dos azulejos, com destaque para o estado de Minas Gerais que possui importante acervo como, por exemplo, os azulejos que integram a igreja da Pampulha, reconhecidos mundialmente pela sua importância histórica. Para Eliana Mello, falar sobre o tema é importante sobretudo para a preservação dos azulejos como patrimônio cultural.

 

“A importância deste acervo, para todos nós, está no fato de ele ter se tornado, ao longo do tempo, uma forte referência de pertencimento. Visto, também, como símbolo do que reconhecemos como tradição e, por este apelo, se fazendo presente em diversos movimentos estéticos, sociais e políticos, do século XVII até os dias de hoje, no processo que chamamos ressignificação cultural”.

 

A importância deste acervo, para todos nós, está no fato de ele ter se tornado, ao longo do tempo, uma forte referência de pertencimento. Profª. Eliana Mello

Para a servidora Ângela Cânfora, que participou do curso, encontros assim são fundamentais para agregar conhecimento à equipe. “O encontro foi muito importante para adquirir informações sobre a história dos azulejos no Brasil, além de técnicas utilizadas na fabricação, conservação e restauração”, relatou Cânfora.

 

A história dos azulejos

Os azulejos chegaram em território brasileiro no final do século 17, com os portugueses, e serviram de adereço para as edificações dedicadas à comitiva real e ao clero. Em pouco tempo, a arquitetura começou a utilizar de revestimentos azulejares para compor, esteticamente, os cômodos internos das residências nobres e abastadas da sociedade local.

 

Com a chegada da família real, em 1808, teve início uma maior propagação do uso dos azulejos com a vinda de peças semi-industriais produzidas na Holanda, França, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Alemanha. Com essa popularização, o material passou a ser utilizado também em revestimentos externos.

 

O uso em maior escala dos azulejos se fortalece, no século 20, com a sua aplicação em importantes edificações como, por exemplo, o Ministério de Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, e o Complexo Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte. 

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