Minas Gerais celebra meio século de proteção e valorização do Palácio da Liberdade, um marco da história e do patrimônio cultural brasileiro

O Palácio da Liberdade, que foi concebido como residência oficial e sede do Governo de Minas Gerais, foi tombado há exatos 50 anos. Nesta segunda-feira (27), comemora-se, portanto, cinco décadas de preservação e proteção desse equipamento que se tornou um dos principais do Circuito Liberdade, atraindo mais de 373 mil visitantes em 2024.

Um dos marcos desse novo momento é o ano de 2022, quando o equipamento passou a ser administrado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG). Com uma programação cultural diversa, gerida pela Fundação Clóvis Salgado, o Palácio passou a receber exposições e eventos que integram projetos como o Natal da Mineiridade, a Virada da Liberdade, a Minas Santa e a Minas Junina. 

Isso contribuiu para transcender o significado político do Palácio e consolidá-lo como um espaço de arte, cultura, memória e identidade. "O Palácio da Liberdade é um ícone de Minas Gerais, simbolizando nossa história, cultura e identidade. Celebrar os 50 anos de seu tombamento é reafirmar o compromisso com a preservação do nosso patrimônio e memória para as futuras gerações. Este marco nos inspira a continuar promovendo a arte e o legado cultural do estado, unindo tradição e modernidade”, pontua o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.

O presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, João Paulo Martins, também reforça a importância do equipamento e sua vocação cultural.

“Desde o seu tombamento, o Palácio da Liberdade teve sua preservação assegurada por meio de ações de conservação, enquanto sua funcionalidade, nos últimos anos, passou de sede oficial do governo e residência do governador para um espaço cultural vivo e pulsante. Essa mudança consolidou o Palácio como um dos destaques do Circuito Liberdade, em harmonia com as diretrizes de preservação que garantem sua relevância histórica e cultural”.

 

“Desde o seu tombamento, o Palácio da Liberdade teve sua preservação assegurada por meio de ações de conservação, enquanto sua funcionalidade, nos últimos anos, passou de sede oficial do governo e residência do governador para um espaço cultural vivo e pulsante. Essa mudança consolidou o Palácio como um dos destaques do Circuito Liberdade, em harmonia com as diretrizes de preservação que garantem sua relevância histórica e cultural”. João Paulo Martins, presidente

História

O tombamento do Palácio da Liberdade foi oficializado pelo Decreto Estadual nº. 16.956, de 27 de janeiro de 1975, que reconheceu o valor artístico, histórico e paisagístico desse imponente edifício e de seus jardins. O registro incluiu as fachadas, áreas internas, elementos decorativos, a fonte, esculturas, o orquidário, o quiosque e demais bens que compõem o conjunto arquitetônico e cultural do local. 

Desenhado pelo arquiteto José de Magalhães, no projeto da nova capital de Minas Gerais, o Palácio possui um estilo arquitetônico eclético, que combina o classicismo romântico francês com influências do neobarroco e do renascentismo italianos. A pedra fundamental foi lançada em 7 de setembro de 1895, e as obras tiveram início em 25 de novembro do mesmo ano. Desde então, o edifício, localizado na Praça da Liberdade, se consolidou como um símbolo da identidade mineira e do poder estadual, abrigando secretarias públicas e sendo palco de momentos históricos marcantes. 

Entre os fatos que reforçam sua relevância histórica está a realização do velório do ex-presidente Tancredo Neves em 21 de abril de 1985, um evento que completa 40 anos em 2025 e marcou profundamente a memória nacional. O Palácio também passou por uma ampla restauração entre 2004 e 2006, e atualmente passa por restauro depois de 18 anos para que sua preservação fique para as gerações futuras. 

Vale destacar que o Palácio da Liberdade foi o primeiro bem tombado pelo IEPHA-MG como patrimônio material do instituto, consolidando seu pioneirismo na proteção do patrimônio cultural estadual.