Cadastro começa nesta sexta-feira (20/9) no site do IEPHA-MG

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) lança no site o Cadastro do Patrimônio Cultural de Flautas Tradicionais: Bandas de Taquara, Pifeiros e Mestres Fazedores de Gaitas e Pífanos (clique aqui e acesse o formulário no site). O cadastro é um instrumento participativo que tem como objetivo o levantamento de informações para apoiar o processo de registro como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais. Essa ação visa a identificação e o mapeamento para o reconhecimento, a promoção e a salvaguarda das Bandas de Taquara, Pifeiros e Mestres Fazedores de Gaitas e Pífanos do estado de Minas Gerais.

Os pífanos e gaitas são instrumentos musicais de sopro presentes no estado de Minas Gerais desde o século XVIII, com maior incidência nas regiões Norte e Jequitinhonha. Sendo caracterizados como dois tipos de flautas, o pífano é transversal e possui seis furos para os dedos eum para o sopro. Já a gaita, também chamada de “canudo” no Jequitinhonha, é tocada na posição vertical e possui sete furos, sendo seis furos na parte frontal e um na parte traseira, além da embocadura para o sopro, geralmente caracterizada por um bocal produzido em cera.

O enraizamento desses instrumentos no espaço e sua dinâmica ao longo do tempo foram possíveis por estarem intrinsecamente vinculados às celebrações, ritos e aos momentos festivos quepossuem grande importância cultural e devocional no território mineiro. Isso porque, conforme a bibliografia especializada, os grupos de tocadores de pífanos e caixas, os chamados pifeiros, se ligam às congadas, ao passo que os tocadores de gaitas, canudos, participam das festas de santos, por meio das bandas de taquara, e integram grupos de folias.

Em todas essas tradições, os tocadores desenvolveram diferentes modos de tocar e linguagens musicais associados a tais instrumentos, conformando um amplo arcabouço de ritmos e de toques relacionados também a outros instrumentos musicais presentes em cada uma dessas expressões culturais. Isso revela a importância do ofício de tocador e dos fabricantes de pífanos e de gaitas, que garantem a própria existência material dos instrumentos e a reprodução do bem cultural.

Diante do quadro apresentado, entende-se que os tocadores de gaitas, canudos e pífanos, seus instrumentos e os saberes musicais deles provenientes, assim como dos fazedores destas flautas tradicionais, constituem importantes referências culturais do estado, sendo de grande relevânciado ponto de vista do patrimônio cultural mineiro a sua identificação e mapeamento.

Jornada Técnica discutirá o tema do Registro das Flautas Tradicionais

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O IEPHA-MG realiza na próxima quinta-feira (26/9), das 10h às 12h, no canal do IEPHA-MG no Youtube, a sexta jornada técnica de 2024, com o tema sobre as flautas tradicionais. As inscrições já estão abertas na plataforma Sympla, clique aqui.

 

Nessa edição teremos a participação, na abertura, do presidente do IEPHA-MG, João Paulo Martins e do diretor de Promoção, Luís Molinari. A mediação do evento ficará a cargo de Nicole Batista, gerente de Patrimônio Cultural Imaterial do IEPHA-MG.

 

 

 

 

 

 

Os participantes convidados desta jornada são:

WhatsApp Image 2024 09 09 at 18.17.13Daniel Magalhães: músico, pesquisador, luthier e educador musical. Coordenador do festival Encontro de Flautas do Jequitinhonha, com seis edições realizadas. Vencedor do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do IPHAN, na categoria Salvaguarda de Bens de Natureza Imaterial, com a ação "Flautas tradicionais do Vale do Jequitinhonha" (2012). Graduado em Música e Mestre em Musicologia pela UFMG. Autor de diversos livros e documentários sobre as flautas tradicionais mineiras. Autor do pedido de registro estadual das Flautas Tradicionais (pífano e gaita) como patrimônio do estado de Minas Gerais pelo Iepha-MG e coordenador do inventário em curso. Também coordenador do inventário para registro das bandas de pífano como patrimônio cultural imaterial brasileiro, pelo IPHAN. Integrante do Pipiruí, grupo centenário de pifeiros, que atua na festa de Nossa Senhora do Rosário de Conceição do Mato Dentro.

 

 

 

 

 

Imagem Zezito

José Corrêa de Sousa: filho de Conceição do Mato Dentro, é conhecido como Zezito. Frequentou o Ginásio São Francisco, participando da Banda de Música Lira da Paz, onde executava dobrados com o trombone de cilindro, modelo francês e o barítono. Em Belo Horizonte completou o curso científico no Colégio Anchieta. Trabalhou no Banco da Lavoura e estudou engenharia elétrica na PUC-Minas. Participou de grupos musicais em boates, orquestras e grupos de choro. Como engenheiro eletricista chefiou seção na Telemig, fundando a empresa Tecno Ar. Cursou uma pós-graduação em Engenharia de Segurança, se especializando em Controle de Condições Internas Ambientais em Hospitais e Perícia Judicial. Já aposentado, se dedica ao tradicional grupo folclórico Pipiruí de Conceição do Mato Dentro e em casa diverte-se com viola caipira, cavaquinho, bandolim, sax, clarinete, flauta transversal, fazendo algumas transposições musicais. Como ele mesmo diz, “a música me alimenta a alma”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Serviço: Cadastro do Patrimônio Cultural “Flautas Tradicionais: Bandas de Taquara, Pifeiros e Mestres Fazedores de Gaitas e Pífanos”

Data de abertura: 20/9/2024 – sexta-feira

Onde: Site IEPHA-MG, clique aqui