Os trabalhos serão realizados por empresa especializada em engenharia naval que terá até oito meses para concluir a obra após assinatura do contrato.

No dia do seu aniversário, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) anuncia uma ótima notícia: a conclusão do processo licitatório para contratação de empresa especializada para a execução de serviços de recuperação do Vapor Benjamim Guimarães, embarcação histórica com sistema de propulsão a vapor que utiliza lenha como combustível, localizada em Pirapora, Norte de Minas. A empresa vencedora — INC Indústria Naval Catarinense — foi conhecida nesta quarta-feira, 30 de setembro, dia em que o Iepha-MG completa 49 anos. Um presente para os mineiros que, em breve, verá esse importante bem cultural em atividade novamente e navegando pelo Rio São Francisco. O valor total que será investido na recuperação do Benjamim Guimarães é de R$3,7 milhões dos quais $74.000,00 devem ser aportados pelo Iepha-MG a título de contrapartida. O convênio foi assinado em 2019 e tem vigência até junho de 2022. 

“A ação de reforma e restauração do Vapor Benjamim Guimarães é um marco para o turismo e a cultura não só da região, mas de Minas e do Brasil. A história desta embarcação é relacionada diretamente com o processo de implantação da navegação comercial no Rio São Francisco entre a segunda metade do século 19 e meados do século 20, participando como referência fundamental na paisagem do rio e na memória cultural coletiva local, regional e nacional”, destaca o secretário.

A presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, fala sobre essa importante conquista. “Neste dia 30 de setembro de 2020, o Iepha-MG, na data de seu aniversário, conclui o processo licitatório para a contratação da empresa que vai realizar a restauração do Vapor Benjamin Guimarães, em Pirapora, patrimônio cultural tombado pelo Estado. É uma grande conquista para toda a equipe do Instituto e da comunidade de Pirapora que batalharam muito para articular essa ação conjuntamente, para que fosse viável nesse momento delicado de distanciamento social”, destaca Arroyo.  “Ao Iphan, nosso agradecimento, que fez o repasse do recurso para viabilizar essa restauração. É um presente para o Iepha e todos os parceiros envolvidos com o patrimônio cultural de Minas Gerais no dia em que completa 49 anos. E começamos agora, uma nova etapa que é efetivamente as obras de restauração do Vapor Benjamim Guimarães”, parabeniza a todos por essa vitória, a presidente do Instituto.

A OBRA

Os serviços incluem a recuperação e substituição da estrutura do casco, das estruturas em madeira, incluindo pisos, divisórias, esquadrias e escadas. Além disso, serão feitas novas instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção e combate a incêndio e pânico. O sistema de governo, telégrafo e das máquinas alternativas de propulsão também serão recuperados. 

A execução da obra está prevista para ocorrer no prazo de seis a oito meses, conforme cronograma do convênio e do projeto executivo contratado pelo Iepha-MG, contados a partir da conclusão do processo licitatório e assinatura do contrato. A ação de reforma e restauração da embarcação incluída no âmbito do Projeto Estratégico Minas Cultural, do Governo de Minas Gerais, teve seus recursos viabilizados a partir de convênio firmado com a União, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. 

 

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 Foto: Pedro Gontijo - Imprensa MG

HISTÓRIA DA EMBARCAÇÃO – PATRIMÔNIO CULTURAL DE MINAS GERAIS

O tombamento estadual do Vapor Benjamim Guimarães foi aprovado em 1985 com inscrição no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.

A embarcação foi construída em 1913, pelo estaleiro norte-americano James Rees e Sons e navegou alguns anos no Rio Amazonas sendo transferido para o Rio São Francisco a partir de 1920. Transportou turistas pelo rio, sendo o único em funcionamento. Com capacidade para transportar até 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros, ao vapor é permitido navegar em rio, lago e correnteza que não tenham ondas ou ventos fortes. Como características construtivas, o bem cultural é uma embarcação fluvial de popa quadrada, com máquina à vapor de 60 cavalos de potência alimentada por lenha, e com uma capacidade máxima de estocagem de 28 toneladas de combustível. O sistema de propulsão é o de roda de pás localizado na popa, capaz de atingir até 6,5 nós de velocidade máxima. O peso descarregado é de 243,42 toneladas, podendo ainda ser acrescido de mais de 66 toneladas, possui 43,85 metros de comprimento total e 7,96 metros de largura.

O Vapor Benjamim Guimarães é um dos últimos no mundo e tem sua história relacionada diretamente com o processo de implantação da navegação comercial no Rio São Francisco entre a segunda metade do século 19 e meados do século 20, participando como referência fundamental na paisagem do rio e na memória cultural coletiva local, regional e nacional. Por recomendação da Capitania dos Portos teve suas atividades interrompidas em 2015, desde então aguarda recuperação de sua estrutura para retomar sua atividade.

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Foto: Pedro Gontijo - Imprensa MG